quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Viagem de ida 1969 (2)

Fotografia duma refeição a bordo do Navio “Moçambique”, na viagem de ida do DFE5 para Moçambique, já depois de S. Tomé e Príncipe, todos na altura 1º Grt FZE.

Na mesa mais afastada, da esquerda para a direita: 1377/67 Manuel Coelho da Silva e 1532/67 Carlos Martins Ferreira (Nhenha); na mais próxima, também da esquerda para a direita: 1512/67 Mateus Caldinhas, 1556/67 Benvindo Jorge (Abrantes), José Maria Sá e Silva; de costas, 1564/67 Guilherme Barata, 97/67 Eduardo Agúdo (Cavalo), 1572/67 José Maria Pimenta (Barcelos). Em pé um tripulante do navio, copeiro, Sr. Pereira.

Foto (Silva) 042

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Viagem de ida 1969 (1)

Depois da partida do DFE5 para Comissão em Moçambique, a bordo do Navio “Moçambique”.


Da esquerda para a direita, todos então 1º Grt FZE: 97/67 Eduardo Agúdo (Cavalo), 1532/67 José Maria de Sá e Silva, 1572/67 José Maria Pimenta e 1102/67 Delfim Miranda Machado.
Foto (Silva) 13

sábado, 27 de outubro de 2007

Aquartelamento no Cobué (9)


Voltamos a publicar esta fotografia do Cobué para não nos escaparem alguns aspectos.
Trata-se da vista geral do edifício principal (da antiga Missão) usado como aquartelamento no Cobué, também tirada do alto da Igreja que ficava junta a este edifício. Do lado mais próximo na fotografia, da esquerda para a direita, a messe de oficiais (com janelas aos quadradinhos*), seguindo-se um edifício menor usado como cozinha e preparação dos alimentos, a machamba e messe dos sargentos no interior das arcadas e na ponta direita alojamentos dos oficiais. A ala mais afastada, para lá dum terreiro usado como parada para formaturas, era em parte usada pelo pelotão do Exército.
Nota* Quando o DFE5 chegou ao Cobué faltavam muitos vidros nessas janelas, tendo sido repostos por pessoal da Unidade. Mas com o ataque da FRELIMO sofrido às 05h00 de 15 de Julho de 1969, essencialmente por canhão sem recuo, morteiro e armas ligeiras, em que foram utilizadas muitas munições tracejantes, partiram-se a maioria dos vidros que tinham sido postos, devido especialmente ao rebentamento das granadas de morteiro. O ataque, completamente inesperado, foi repelido pela reacção havida, em que foi muito importante a Oerlikon de 20mm que fazia parte do sistema defensivo do aquartelamento e o seu atirador responsável, o artilheiro, praça de Marinha, do CDMPLN, de reforço à guarnição do Cobué. Esta arma era montada num reparo no exterior do edifício (canto do edifício mais afastado do observador da fotografia).
Foto Cobue001 de JPVB

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Cobué. A praia (1)

As margens do Lago Niassa na zona do Cobué eram recortadas por pequenos rios, entre alguns dos quais havia apreciáveis extensões de areal como a fotografia documenta**. Fora das horas de serviço, estas praias* eram um apetecível espaço de lazer.

Na zona próxima de Metangula não se verificava esta configuração das margens.

Notas:

* Ao nadar no Lago, evitava-se nadar nas proximidades da vegetação que se vê na água do Lago, por aí, dizia-se, haver maior susceptibilidade de contrair bilharziose.

** A mancha de terra que se vê em frente da praia na fotografia é a Ilha de Likoma, do Malawi.

Foto Cobué praia

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

“Aquartelamento” em Mueda (1)

O DFE5 depois de transportado para Mueda em avião Nord Atlas, ficou alojado num conjunto de tendas de campanha grandes (com capacidade para 16/20 pessoas), em cuja montagem participou. O DFE11 ficou alojado no mesmo local, aguardando aí os dois Destacamentos o início da operação “Nó Górdio” em que iriam participar.

Nesse período em Mueda, os elementos das duas Unidades colaboravam com outras forças na segurança do perímetro de Mueda, bastante extenso e com edifícios e bairros de população dispersos. Esta acção era especialmente feita através de patrulhamento* em viaturas Unimog, quer de dia quer de noite. Na fotografia pode ver-se o acampamento dos Fuzileiros, junto ao qual dias depois foi montado o acampamento, em tendas individuais, dum Grupo Especial (GE) de militares africanos.

Nota* Este patrulhamento nocturno em viatura era bastante desconfortável e de duvidosa eficácia, quer pela vulnerabilidade do pessoal nas viaturas, cuja marcha era bem identificada do exterior, quer pelas reduzidas visibilidade e audição, esta com o barulho dos motores.

Foto Mueda122

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Aquartelamento em Porto Amélia (3)

Fotografia (já gasta pelo tempo) duma formatura das praças do DFE5 para revista, no aquartelamento em Porto Amélia.

Nota: No meio da formatura há um pequeno “intruso”, órfão nativo acarinhado por todo o pessoal, que se encontrava à responsabilidade dum elemento do DFE6 (1968-70).

Foto PAmelia108

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Patrulhamento do Rio Zambeze (1)

O patrulhamento do Rio Zambeze era efectuado em botes de borracha Zebro III ou botes de fibra de vidro Marujo, com motores Mercury de 50 Cv. Nunca apenas com um bote, para garantir apoio mútuo, e 3 a 4 homens por bote. Nalgumas zonas, especialmente a montante do Tchiroze em que em certas épocas, com menos água, havia muitos obstáculos e rápidos, também era feito patrulhamento apeado nas proximidades das margens.

Na fotografia, uma imagem do Rio Zambeze tirada num patrulhamento, é visível a Missão de Boroma.

Noutras zonas o leito do rio estreitava entre zonas escarpadas, em que os botes eram facilmente vulneráveis a atiradores de terra.

Este mesmo Rio Zambeze tornava-se completamente diferente em período de chuvas, com águas castanhas e muita vegetação, ramos e animais mortos à superfície.

Foto Tete135

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Reencontros. O arranque, 31 anos depois.

Só em 2002 foi tomada a iniciativa, por um pequeno grupo, de arrancar para um reencontro devidamente organizado no ano seguinte, de todo o pessoal que prestou serviço neste DFE5.
Ainda se dispunham na altura de poucas moradas actualizadas, mas as que havia serviram para juntar no dia 19 de Outubro desse ano de 2002, à tarde, um grupo proveniente de várias partes do País, todos já almoçados nas redondezas (onde cada um quis), numa sala de aula da Escola de Fuzileiros (EF) cedida pelo respectivo Comando. E dessa reunião saiu a nomeação da 1ª Comissão organizadora para realizar em 2003 o primeiro Encontro.
As fotografias mostram um aspecto parcial da reunião e o grupo que foi possível* juntar na escadaria da antiga Messe de Sargentos da EF.
Nota* Alguns dos que estiveram na EF e não figuram na fotografia na escadaria, estariam a matar saudades da cantina.

Fotos Encontro_0001 e Encontro_0002

domingo, 21 de outubro de 2007

Início da Comissão. Vila Cabral a Meponda (3)

Uma das viaturas que fez o trajecto Vila Cabral - Meponda, pertencente à primeira coluna em que o DFE5 participou, numa paragem motivada pelo acidente (queda duma ponte) duma outra viatura.
O uso do capacete, de metal como eram todos na altura, era obrigatório para protecção pessoal, mas com o inconveniente de ser pesado e francamente incómodo.

Nota: Distinguem-se perfeitamente, na 1ª fila, os seguintes elementos do DFE5: à esquerda o 180/65 MAR FZE Arnaldo Lopes Geraldo, ao centro, em cabelo, 1377/67 1º GRT FZE Manuel Coelho da Silva e à direita o 1572/67 1º GRT FZE José Maria Pimenta (Barcelos).
Julgamos que ainda se reconhecem mais alguns elementos, mas só serão acrescentados os seus nomes quando houver confirmação.

Foto VC_Meponda001

sábado, 20 de outubro de 2007

Curiosidades. Cobué (1)

O Pelotão do Exército que era colocado no Cobué usava uma parte das instalações da antiga Missão, num corpo diferente do edifício, fronteiro ao que o DFE5 ocupava. Tiveram durante muito tempo as sua própria alimentação e geralmente o responsável pela administração do rancho, quase sempre sujeita a críticas de vária indole, era um furriel que, pela função, era (e é) designado vago-mestre.
Recorda-se ainda que, para além das saudades da terra serem normalmente muito grandes, estava no imaginário de muitos militares uma possível viagem ao Continente português, para uso de férias, que teria que ser feita em avião. Aviões do único operador, a TAP, com preço entre 16 e 20 contos na moeda da altura (1970) com partida da Beira para Lisboa.

Naquelas instalações de grande movimentação de pessoal, porque iam rodando com elementos da respectiva Companhia estacionada no Lunho, estava escrita a seguinte e curiosa quadra:

O nosso vago-mestre

é um gajo porreiro,

até já foi a Lisboa

com o nosso dinheiro.

Nota* Para além do DFE5, estavam no Cobué como já referimos, no mesmo aquartelamento mas em áreas diferenciadas do edifício, um pelotão duma Companhia de Fuzileiros e este pelotão (-) (incompleto) do Exército.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Mocimboa da Praia. Desembarques e reembarques (1)

Á chegada e à partida de Mocimboa da Praia, para o desembarque ou reembarque normalmente efectuado de e para uma Fragata, dado que este tipo de navio ficava distante de terra, o pessoal e material do DFE5 eram movimentados através de batelões como a fotografia documenta.

Foto Moc_Praia018

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Operação “Nó Górdio” (1)

O DFE5 estava em 1970, em Porto Amélia, quando recebeu ordens para participar na operação “Nó Górdio”. Como o início da operação se iria desenvolver no “planalto dos Macondes”, o primeiro passo foi o transporte do DFE5 para Mueda, efectuado em aviões da Força Aérea Nord Atlas, com partida do aeroporto de Porto Amélia.

Foto img131

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Aquartelamento no Cobué (8)

A sala / messe de oficiais no Cobué era nos primeiros tempos desconfortável, de ambiente bastante austero e falta de manutenção, sem muitos dos vidros nas janelas. A sua utilização estava limitada às 22H00, hora a que se desligava o gerador que fornecia energia ao Aquartelamento. Daí em diante só à luz de velas. Mesmo nestas condições, ali se escreveram ou concluiram muitos aerogramas para a família.

Na fotografia mostra-se um aspecto parcial dessa sala, com os 4 oficiais do DFE5 à mesa, na refeição do almoço.

Foto Cobue004

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Aquartelamento no Cobué (7)


Um outro aspecto da área do Cobué, desta vez a vista, também do alto da Igreja*, para Leste, para o lado oposto ao Lago Niassa, isto é, para o interior do território de Moçambique.
As casas visíveis não pertenciam às Forças Armadas, sendo uma a do Chefe do posto do Cobué.

Nota* Parte do telhado desta é visível em primeiro plano.

Foto Cobue010

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Aquartelamento no Cobué (6)

Ainda no Cobué. Desta vez uma outra vista do alto da Igreja que se situava ao lado do Aquartelamento, para o lado Sul, vendo-se o aldeamento da população afecta ao Cobué.

Fotos Cobue008 e Cobue009

domingo, 14 de outubro de 2007

Telegrafistas

O DFE5 tinha, à semelhança dos outros DFE, incluídos nas suas 70 praças, dois marinheiros telegrafistas habilitados com o curso de Fuzileiro Especial. Estes elementos eram/foram essenciais na vida do DFE5, assegurando as comunicações entre as forças em operações no terreno e as bases de apoio, especialmente para situações de emergência.

Eram eles:

72/66 MAR C (FZE)

Joaquim José Feliciano Palma

1207/67 MAR C (FZE)

Jorge Verde Ferreira

Comunicações inicialmente através do PRC 10 e pouco depois pelo Racal TR28 nas suas várias versões e modernizações, poucas vezes em fonia, na generalidade em grafia / morse acústico assegurando ligações a grandes distâncias. Um telegrafista apoiando cada Grupo de Assalto, ficando muitas vezes o outro na base, mesmo com o DFE5 completo, a assegurar qualquer ligação que fosse necessária.

No Cobué, em que se tinha a responsabilidade de manter contacto regular a horas determinadas, os QSO’s, com o CDMPLN em Metangula, através dum pequeno posto de comunicações com equipamentos fixos, eram sempre estes elementos que asseguravam em permanência esses contactos.

sábado, 13 de outubro de 2007

Cobué. Tempos livres (1)

Num fim-de-semana, numa das portas do aquartelamento, preparando uma ida à praia, no Lago Niassa. As praias do Cobué eram de areia branca, um branco ligeiramente amarelado. Quando o tempo o permitia esta ocupação dos tempos livres era uma boa alternativa à leitura ou a algum desporto de bola. Mesmo os elementos que dispunham de rádios portáteis, não captavam qualquer posto, pelo que nem música nem notícias ali chegavam por essa via. Excepção, há quase sempre uma, era o 3º Oficial que usava o seu rádio num determinado posto para treinar o ouvido para morse acústico.

Da direita para a esquerda, três dos oficiais do DFE5 (Imediato, 4º e 3º oficiais), com o Chefe do posto Leong.

Foto Cobue021

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Aquartelamento no Cobué (5)


No Cobué havia um pequeno ancoradouro com um pequeníssimo cais, a que com limitações podiam atracar as LFP, inicialmente de madeira e que se foi degradando com a amarração das lanchas. Tentámos então, com meios existentes e pessoal do DFE5 , construir uma estrutura mais sólida cujo início pode ser visto no canto inferior direito da fotografia, bem como os bidons que iriam ser inseridos na obra para permitir a circulação de água por baixo.
Na pequena baía que ali se formava, havia espaço para as Lanchas, de Desembarque Médias* ou Pequenas (LDM ou LDP), abicarem. E essa zona era servida por uma pequena praça onde podiam ser efectuadas as cargas e descargas, no centro da qual é visível um farolim, importante ajuda à navegação e demanda daquele local. Visível igualmente um jeep, a segunda das duas viaturas existentes, que como quem se lembrar (ou tiver sido leitor atento) sabe que era o "jeepão".

Nota* Na foto pode ver-se a proa da LDM204

Foto Cobue054

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Lições aprendidas (2)

Nas operações executadas pelo DFE5, era sempre usado o uniforme camuflado com botas de cano ou botas de lona com meias de enchimento, conforme o gosto de cada um. Mas, neste uniforme, não era usado exteriormente qualquer indicativo do posto, tal como os galões de oficial e as divisas de sargento ou de praças. Este procedimento, entre nós que nos conhecíamos todos muito bem e éramos 80, não fazia qualquer diferença. Isto para evitar que os mais graduados, os chefes, fossem identificados e algum destes elementos, fosse alvo primordial dum atirador inimigo com a consequente perturbação do desenrolar da operação em curso.


Nota: Recorda-se que era usada, pendurada ao pescoço, uma chapa de identificação metálica, normalizada, preparada para se partir em duas em caso de morte desse elemento, ficando uma parte com o corpo.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Episódios curiosos (1)

Numa das operações realizadas no Lago Niassa, um grupo de assalto comandado pelo Oficial Imediato foi desembarcado em botes, a partir duma LFP, na noite de 17ABR1969, na zona de Chigoma. Já desembarcados, verificou-se logo a seguir que o local, uma pequena praia, não permitia a penetração para o interior. À esquerda, portanto a Norte, desaguava ali mesmo um pequeno rio; para o interior, a Leste, uma zona pantanosa que ía aumentando de profundidade à medida que se avançava, com a agravante de ali haver muitas formigas que se prendiam ao nosso corpo como se tivessem tenazes na cabeça, fixando-se por todo o corpo e inclusive em partes mais sensíveis; restava ainda do lado direito, a Sul, uma zona extremamente arborizada e de vegetação muito densa até ao chão que parecia intransponível. Depois de esgotadas as soluções que se vislumbravam e estando a noite bastante escura, decidiu-se pernoitar naquele local, o que contrariava as intenções tácticas, de penetrar no terreno o mais possível ainda de noite.

De madrugada, ainda antes dos primeiros alvores do dia 18, dia do 23º aniversário do Oficial Imediato, tentaram-se de novo as anteriores alternativas, que resultaram infrutíferas. Pareceu então ao Imediato, que mais jovem tinha sido razoável nadador, que ainda haveria a possibilidade de explorar a possibilidade de tentar atravessar o pequeno rio, a nado. Com uniforme e calçado, com o cinturão à cinta com 6 carregadores de G3 e um saco de plástico camuflado com o poncho no interior, para fazer o teste na opção mais difícil. Desconhecidas técnicas que há hoje de utilizar o uniforme como flutuador, a pequena travessia foi desgastante e não concluída, porque a acessibilidade ao outro lado estava tapada por imensa vegetação que nascia no rio, tipo canavial (que se dizia responsável pela propagação da bilharziose*). Aí pensou que conseguiria descansar um pouco, mas ao agarrar um braçado das canas elas vergavam com o peso e afundavam o nadador que com dificuldade se conseguia manter à tona de água. Foi então neste período de luta de sobrevivência, que estando o saco do poncho ligeiramente afastado do corpo e a flutuar, mereceu a atracção dum jovem crocodilo até aí não visto, de cerca de 2 metros, e que o tentou abocanhar. A preocupação e o cansaço eram tais que a presença deste anfíbio foi na altura muito desvalorizada, reveladora duma certa inconsciência. Ultrapassado este aspecto, maior peso assumiu a vontade de regresso à margem, em que o peso das cartucheiras municiadas e das botas molhadas, mesmo sendo as de lona, dificultava a natação. Assim, libertou-se a meio do rio do cinturão com os seus acessórios, retornando à margem em que era aguardado com ansiedade. Deitado por terra um bom bocado, tentando recuperar do esforço, tomou consciência de que essa via ficava completamente rejeitada. Liberto do uniforme e das botas voltou depois de recomposto ao meio do rio e, mergulhando em apneia num fundo de pouco mais de 3 metros, recuperou do fundo os artigos militares que antes ali largara. Parecia pois aparentemente esgotada qualquer saída do local para o interior e que a única solução seria o pedido por rádio de reembarque na LFP que, entretanto e há muito, tinha abandonado o local.

Eis que no chão junto à tal vegetação cerrada se viram vestígios de pegadas de javali. Como ali não chegariam a nado, investigou-se a sua origem e viu-se na densa vegetação um pequeno buraco junto ao chão, de não mais de 30 cm. E foi rastejando por ali mesmo, por aquele orifício, que se encontrou a saída do local, através do mesmo pântano mas por um percurso em que a água não atingia mais de 20 cm. Foi assim possível sair daquela praia e arrancar efectivamente para a operação planeada.

Nota* Sobre bilharziose ver: http://homepage.ufp.pt/pseixas/posgradIH/Modulo%20de%20Saude%20Publica%20e%20Controlo%20de%20Doencas%20-%20Documentos%20do%20Prof.%20Abilio%20Antunes/Bilharziose.pdf

A assinalar este acontecimento, surgiu na altura num jornal do Comando da Defesa Marítima dos Portos do Lago Niassa, designado o Tchifuli, a caricatura que hoje se mostra dum crocodilo bem confortado. Assinada sob pseudónimo JOSU TOZA, rapidamente se soube ser da autoria do SUBTEN RN José Luís Tocha Antunes dos Santos (12º CFORN), Comandante da LFP “Régulus” .

Nota: “Checa” era a designação dada aos militares recém-chegados a Moçambique

Foto Niassa010

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Aquartelamento no Tchiroze (2)


As épocas seca e de chuvas conduziam a grande alteração da paisagem, situação que se pode documentar nestas duas fotografias, tiradas do Aquartelamento do Tchiroze para a zona envolvente, com cerca de cinco meses de intervalo.

Fotos Tchirozechuvas e Tchirozesecas

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Cabos da Unidade

O DFE5 teve apenas quatro Cabos:

Cabo FZE Alberto João Prates Pinto

Enc. da Secretaria

Cabo FZE Hilário Gineto (Nazaré)

Adjunto (para botes e motores) do Sarg Sesimbra

Cabo FZE Jorge Joaquim Aguiar de Sousa

Adjunto (para o armamento) do Sarg Parrinha

Cabo FZE Noémio Charrama Antelo (Napoleão)

Adjunto do Quartel-Mestre Sarg Diogo


Os Cabos eram todos
da classe de Fuzileiros e Fuzileiros Especiais (FZE), do Quadro Permanente (única situação existente para Cabos) , com experiência anterior em África.

domingo, 7 de outubro de 2007

Aquartelamento no Cobué (4)


Vista do Aquartelamento do Cobue para Oeste, vendo-se a Ilha de Likoma (Malawi).

Foto Cobue007



sábado, 6 de outubro de 2007

Moços de Botica

Ainda em Lisboa, já com o DFE5 constituído, foram seleccionados alguns elementos para virem a desempenhar as funções de moço de botica. Tratava-se de habilitar até meia dúzia de praças, para, além das suas funções de atiradores, poderem desempenhar funções de socorrista e apoiar o Sargento enfermeiro quer nas operações no mato, quer nos tratamentos e curativos no serviço de saúde dos aquartelamentos.

Já em Metangula o 1º Sarg. H Carvalho ministrou-lhes um pequeno curso, que foi sendo permanentemente completado com prática nos serviços de saúde. Lembro-me perfeitamente dos seguintes nesta função, mas julgo que não seriam só estes quatro:

1102/67 Mar FZE*

Delfim Miranda Machado

1436/67 Mar FZE*

José Carlos

1476/67 Mar FZE*

Bernardino Lopes Marques

1494/67 Mar FZE*

Manuel Alexandre Guedes (Régua)**



Nota* Eram todos 1º Grumete e foram promovidos a Marinheiro (Mar) durante a comissão.

** Tendo sido escolhido para ordenança do Comandante do DFE5 deixou praticamente de desempenhar funções de moço de botica.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Louvores colectivos (4)


No final do período em que o DFE5 esteve na área de Tete, recebeu do Comandante do Sector F*, a que esteve atribuído, este louvor colectivo.

Nota* Curiosamente, o Comandante deste Sector nesta data era o Coronel Tirocinado Henrique Calado, reconhecido cavaleiro internacional e grande concursista hípico (saltos de obstáculos).

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Início da Comissão. Vila Cabral a Meponda (2)


Ainda fotografias do acidente no percurso incial do DFE5 de Vila Cabral a Meponda, a caminho do Lago Niassa.

Estava-se nessa altura a proceder à amarração da viatura sinistrada para não cair, assegurando-se ao mesmo tempo a possibilidade de passagem para continuação do percurso das restantes camionetas.


Na primeira fotografia são bem identificáveis o cabo FZE 8933 Joaquim Aguiar de Sousa (com barbas) e o Mar FZE 819/67 Manuel Joaquim Pires ("Chaves").

Fotos Ac_Meponda003 e Ac_Meponda004

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Início da Comissão. Vila Cabral a Meponda (1)



Neste trajecto entre Vila Cabral e Meponda em Fevereiro de 1969, feito em viaturas pesadas civis, foram também transportados os materiais do DFE5 e do respectivo pessoal, incluído o equipamento, fardamento e artigos pessoais dos elementos que tinham chegado antes de avião com bagagem limitada em peso, ocorreu um acidente com uma viatura. Por avaria no sistema de travagem, a viatura, já depois de ter atravessado uma ponte e iniciando uma subida, começou a descair e a precipitar-se da ponte, não tendo tal sucedido completamente porque os rodados ficaram presos no rebordo daquela e a viatura pendurada como as fotografias mostram. Nesse acidente* lesionou-se o 1394/67 1º grumete FZE José Serafim Maurício Oliveira** que foi logo evacuado não mais regressando à Unidade. Ao rio caíram também diversos caixotes***, cujo conteúdo, molhado e enlameado, foi na generalidade quase todo recuperado.
Notas 
* Quando a camioneta caiu da ponte, íam na cabine da viatura o Sargento H Carvalho e o Sarg FZ Parrinha .Conseguiram saltar mas o Sarg Carvalho ficou sem o seu boné. Sobre o Grumete FZ José Serafim Oliveira: Ele não caiu com a camioneta. Ele vinha em cima da camioneta juntamente com o Comandante Vidigal Aragão que não quis ir na cabine da viatura. E então quando se deu o acidente o Grumete Oliveira saltou da camioneta no sentido oposto à da queda daquela, e foi com tal força que ultrapassou a ponte e foi cair no outro lado no riacho em cima das pedras (na altura o rio levava pouca água e as pedras estavam visíveis).
**Vários meses mais tarde foi substituído pelo 1º grumete FZE 2037/68 José Carlos Bandeira Rodrigues
*** Também seguiam nessas viaturas alguns caixotes, igualmente transportados de Lisboa, de pessoal do DFE6 (1968-70) e de alguns dos seus familiares.

Fotos Ac_Meponda001 e Ac_Meponda002

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Lições aprendidas (1)

O camuflado tinha no dolman reforços pespontados nos ombros e nos cotovelos, o que, salvo erro, também acontecia nas calças na zona dos joelhos. Se por um lado conferiam alguma protecção em caso de queda, aquela concepção revelou graves inconvenientes. Com a chuva o camuflado ficava todo molhado e essas partes eram as que mais demoravam a secar*, com a desvantagem de que essas humidades coincidiam com articulações.

Os efeitos só os compreendemos mais tarde.

Nota* As diferenças térmicas da noite e do dia eram muito significativas. Com o calor do dia era possível que algumas partes da roupa secassem, mas durante a noite isso era praticamente impossível, designadamente aqueles reforços.