sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Cobué. A praia (1)

As margens do Lago Niassa na zona do Cobué eram recortadas por pequenos rios, entre alguns dos quais havia apreciáveis extensões de areal como a fotografia documenta**. Fora das horas de serviço, estas praias* eram um apetecível espaço de lazer.

Na zona próxima de Metangula não se verificava esta configuração das margens.

Notas:

* Ao nadar no Lago, evitava-se nadar nas proximidades da vegetação que se vê na água do Lago, por aí, dizia-se, haver maior susceptibilidade de contrair bilharziose.

** A mancha de terra que se vê em frente da praia na fotografia é a Ilha de Likoma, do Malawi.

Foto Cobué praia

8 comentários:

Antides disse...

Mais uma esplêndida imagem do que são as praias do Lago Niassa. Mas cuidado: além da referida bilharziose, havia por lá mosquitos aos magotes (portadores do paludismo) e crocodilos emboscados na zona de caniço...

Antides disse...

Os que cuidavam do nosso transporte, alimentação, etc, nunca terão experimentado outra "delícia": o feijão-macaco.
Macaco mesmo, com aqueles pelos castanhos a cobrir as grandes vagens da trepadeira. Ao tocar na planta, uma nuvem nos atingia; o prurido era insuportável. Uma vez, já perto da água, só a areia esfregada com força aliviava.

Antides disse...

Estar em África e não ver uma mamba é grave lacuna. Uma manhã, começámos a subir a encosta íngreme do Niassa. Nesse momento ia na frente, "a abrir"... E eis que a elegante cobra, verde-azeitona, de frente erguida, se esgueira a caminho de uma moita. Bela e perigosa!

Antides disse...

O que é belo só se torna perigoso se o não respeitarmos. Vimos a mamba a fugir, mas nem sequer avisámos para trás, para evitar sustos inúteis. Afinal, todos íamos em fila. Ela respeitou-nos e nós respeitámo-la.

Antides disse...

Guerra fora disto, cada um de nós recorda momentos únicos no mato. Seja aquelas "auto-estradas" abertas por elefantes no Niassa, com árvores derrubadas e montes de "dung" a atestar a passagem do colosso; seja o momento em que os da frente deram com um grupo deles... Seja os ribeiros ("Bach" -dizem os alemães) onde matávamos a sêde da marcha; seja os pirilampos que voavam à nossa volta ao início da noite; seja os "escaravelhos" que faziam uma bola de "merda" e a rebolavam (até eles gostam da bola!)... Ai África.

Antides disse...

A propósito de trepadeiras, a Natureza está sempre a dar-nos motivos para reflexão. Há dias, ao arrancar um tipo de erva que se tinha enrolado na vedação da cadela, reparei no "fenómeno": todas enrolam no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio (directo, se dizia na trigonometria); depois confirmei que o mesmo sucede com feijão de trepar. O mesmo sentido da rotação e translação dos planetas. Faz sentido.

Antides disse...

Um blog não é um curso de física, mas aí vai. Diz a lógica que as trepadeiras enrolam no sentido dos ponteiros do relógio no hemisfério Sul. Se alguém o quiser verificar e disso dar conta, ficamos gratos.

Antides disse...

Nossa, que disparate! Então as plantas iam enrolar ao contrário depois de passar o equador?!
Fui induzido em tal "besteira" por um comentário lido sobre ciclones.