domingo, 9 de setembro de 2007

Zonas de actuação (2)



Em 1969 o dispositivo de DFE’s em Moçambique era de dois DFE no Niassa (um em Metangula e outro no Cobué), e dois em Porto Amélia, estes sob o Comando da Defesa Marítima dos Portos de Porto Amélia (CDMPPA). No período inicial o Comandante da Defesa Marítima era o CFRAG Manuel da Rocha Santos Prado, que tendo algum tempo depois passado a Governador do Distrito de Cabo Delgado, foi substituído naquelas funções militares pelo CFRAG António Gonçalves Ramos.

Do Niassa, ainda em 1969, em Novembro, o DFE5 seguiu para Porto Amélia (para render o DFE4 comandado pelo 1º TEN SEF José de Almeida e Costa Cardoso Moniz - mais tarde transitou para o então novo quadro de oficiais Fuzileiros- que terminava a comissão em Moçambique regressando a Lisboa). O Comandante do DFE5 foi o primeiro a apresentar-se em Porto Amélia e o grosso da Unidade só ali chegou em 24NOV1969 depois duma viagem nas lanchas até Meponda, dali em viaturas até Vila Cabral e seguidamente em dois aviões Nord-Atlas* da FAP até Nacala, donde, na FFD. Francisco de Almeida” foi levado para Porto Amélia, onde se manteve com base permanente até Agosto de 1970.

Nesta zona de Cabo Delgado inicialmente as operações realizaram-se sob o comando militar do Exército sediado em Mocimboa da Praia, local onde o DFE5 (alternando com o DFE6) fazia base cerca de 15 dias por mês para duas operações, de 3 a 4 dias cada, e mais tarde sob o comando da Marinha – CDMPPA - na orla costeira. Foi neste período que o DFE5 se deslocou para Mueda para participar na Operação Nó Górdio, operação realizada sob as ordens do Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique General Kaulza de Arriaga. Enquanto em Cabo Delgado, o DFE5 era transportado para Mocimboa da Praia e para as zonas de operações ou em Fragatas (FF) ou na Lancha de Desembarque Grande (LDG) Cimitarra. No litoral o DFE5 era usualmente desembarcado por botes de borracha Zebro III pelas Unidades de Desembarque das Fragatas e, curiosamente, na primeira operação, realizada no Norte, junto à fronteira, com tropas paraquedistas, foi desembarcado em Palma duma fragata para embarcações à vela tripuladas por nativos locais.

Nesta zona as operações foram realizadas pela Unidade completa a quatro grupos de combate /dois grupos de assalto e consistiram essencialmente em golpes de mão e operações de nomadização.

Nota* Um destes dois aviões preparados para o transporte do DFE5, teve de levar de Vila Cabral 11 militares duma Companhia de Comandos em estado muito grave, feridos numa operação nessa madrugada, aterrando primeiro em Nampula para os evacuar.


Um comentário:

s.pinho disse...

Camaradas
Lembro-me que sendo então 2º Ten. embarcado no N.R.P."Alvares Cabral" ,e desempenhando as funções de Comandante da Força de Desembarque do navio,participàmos numa operação de nomadização na área da foz do rio Bandaze (?).Em determinada altura e estando ocupados em eliminar artes rudimentares de pesca ,que funcionavam com os ciclos das marés,fomos alertados por uma presença próxima de pessoal IN.
Pedimos via rádio a presença dos nossos Fuzileiros que andavam mais a norte.Passados alguns minutos que pareceram horas,apareceu parte do DFE 5,que tomou conta da "ocorrência".Escrevo porque o imediato deste Destacamento era o meu filho da Escola ,então 2º Ten. Villas-Boas.
Recordar è bom e ajuda-nos a ter presente que ser homem não é só ter barba.