terça-feira, 7 de outubro de 2014

Em Metangula (8)

Em 1969 o Edifício do Comando da Defesa Marítima dos Portos do Lago Niassa, também sede do Comando da Esquadrilha de Lanchas do Lago Niassa:



Foto cedida pelo 615/67 José Dias do nosso DFE5

Um comentário:

Antides disse...

Metangula! Ali atracámos em 1969, após a acidentada viagem de V. Cabral a Meponda. Não sei descrever aquela sensação de navegar num imenso lago de água doce, numa lancha para lá levada quase por magia (de combóio e depois de camião)tempos antes. Esses portugueses foram dignos sucessores do Gama.
Um dia, voltávamos a Augusto Cardoso/Metangula, duma operação a Norte. Na rota, tínhamos avistado umas intrigantes nuvens de insectos, alguns a boiarem na água. Chegados à base, deparámos com as escadas de acesso às camaratas atapetadas por milhões deles (salvo erro, caí de costas ao pisá-los). Pois, os africanos amassavam-nos e era um figo.
Há dias, vi numa TV as imagens, europeias, de um criador de insectos para consumo humano; a jornalista provou e comentou: "Que delícia!"
Veio-me à memória aquele comentário do autor de um manual de sobrevivência: "Se a ideia de comer insectos lhe causa nojo, pense que já comeu muitos, no pão feito de cereal colhido pelas ceifeiras".
Por isso, nada de desperdiçar aranhas, moscas, adultas ou larvas... Entre a fome e a sobrevivência, vencendo a repulsa, não se pode hesitar. Perguntem aos marinheiros de Magalhães o que tiveram de comer na travessia do Pacífico... Só um punhado deles voltou à pátria amada, ao cais do Guadalquibir ( Rio Grande da Andaluzia); rostos chupados, roupa esfarrapada, andar cambaleante, foram agradecer ao Alto tê-los feito resgatados da primeira volta ao Mundo. Eram "nuestros hermanos"!